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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A inveja

A Inveja

Autor: Ebenézer Anselmo

                                                 A inveja

Segundo o dicionário Aurelio, a inveja é o desgosto ou o pesar pelo bem ou felicidade de outrem; é o desejo violento de possuir o bem alheio. E quanto a cobiça? O que diz o Aurélio? A cobiça, é o desejo sôfrego, veemente, de possuir bens materiais; é avidez, é cupidez, é ambição desmedida de riqueza. Pode se notar, portanto, que há uma grande semelhança nas características dessas duas terríveis deficiências. Uma se identifica muito com a outra e isto ocorre de  tal maneira que a cobiça sempre se inicia com uma pitada de inveja. Ou, vice-versa.

 Mas a inveja, indubitavelmente, é a mais hipócrita das deficiências humanas, por que alimenta um conflito interno entre desprezo por si mesmo e uma grande ânsia de valorizar-se, de ser importante e de ter mais. A alma se vê dividida e exterioriza um grande orgulho, obviamente de si  mesma,  e interioriza um imenso desprezo pelos semelhantes. E nesse conflito, jamais consegue uma unidade de intenção. O invejoso, nunca tem uma meta definida e sempre duvida de que seja capaz de conquistar os seus sonhos. Mas age, movido pela ambição e pelo forte desejo de ser mais e ter mais. É um destruidor por excelência, pouco importando os malefícios que traga aos que se interpõem entre ele sua meta. Sua ação, contudo, não tem a força dos desejos e metas do homem determinado e honesto, que acredita nos seus valores e persevera nos seus esforços, por que ele sabe que pode, que tem meios que lhe dão a certeza de que chegartá a alcançar seus objetivos.

Na verdade, o invejoso é aquele que quase sempre desiste dos seus objetivos e metas, por dois motivos: Por acreditar que não os merece e que não tem capacidade para conquistá-los. Sua grande dor não é a falta de bens, mas, a triste e aterradora verdade de que não os merece. Nesses estado de  espírito, sofre uma grande compulsão de depreciar suas metas e objetivos, a ponto de destruí-los em favor de metas falsas, fantasiosas, com a intenção de substituir as metas originais, fingindo que as substitutas são mais valiosas.

Seu trajeto ao longo da vida é um caminho de decepções e atritos. Decepções consigo mesmo e com outros. Por se auto-valorizar  em excesso , sempre espera mais de si mesmo, e, ao não conseguir, se abate e decai no seu ânimo. É um tipo de amigo que não sedimenta suas amizades, por que, por mais dessimulado que seja, não consegue enganar a todos. Às vezes, obtém sucesso em suas empreitadas, mas, ao se revelar no convívio diário com as pessoas, acaba se mostrando como realmente é, por maior que seja a sua capacidade de enganar: Um invejoso.

Inveja, cobiça e ambição são sentimentos que muito se assemelham, embora existam variações de intensidade que as fazem diferentes umas das outras, em certas situações.

Por exemplo, na medida em que a cobiça cresce desmesuradamente, se transforma em inveja, que é uma deficiência bem mais forte. Podemos mesmo dizer que a inveja começa com a ambição, a qual, ao crescer, gradativamente, vai se transformando em inveja, que é um fardo mais pesado e difícil de carregar.

Quando voce se permite sentir inferior em relaçao aos outros, surge uma sensação interior que identificamos como frustração, ressentimento, tristeza, intolerância, e isto ocorre por que a inveja, verdadeiramente, é um sentimento de auto-rejeição. Quando começamos a nos comparar com as pessoas, percebemos que muitas são superiores, e muitas são inferiores a nós. Se não tivermos sabedoria para entender e aceitar que todos somos diferentes, e que isto determina o fato de encontrarmos pessoas melhores e piores do que nós, carregaremos no nosso íntimo a frustração e o complexo de inferioridade, que é um dos grandes causadores do surgimento da inveja nas pessoas. Precisamos compreender que todos somos diferentes perante os homens, mas,  todos somos iguais perante Deus, e é nesta segunda assertiva que reside toda a diferença.

Como seres humanos, pesa sobre nós a natureza humana, que é falha e fortemente instintiva, manfestando o nosso lado animal. Ao buscar a presença de Deus, anulamos o velho homem e, paulatinamente, manifesta-se em nós, o lado divino do homem. E quando isso ocorre, deficiências como a inveja e a cobiça, dentre outras, desaparecem como por encanto.

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Perfil do Autor

Autodidata, "Membro Honorário da Sala de Letras Gabriela Mistral de Petrópolis", ariculista da Tribuna de Petrópolis e Diário de Petrópolis. Escreve artigos políticos, artigos sobre temas gerais, contos e crônicas. Publicará seu primeiro livro no final do ano em curso, sob o título " Um grito na multidão" (Título provisório).

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