...Todos pareciam distantes — distantes de cada um ali, distantes dos outros alunos, distantes de qualquer coisa em particular, pelo que eu podia notar. Enquanto eu observava, a garota baixinha se levantou com a bandeja — o refrigerante fechado, a maçã sem uma dentada — e se afastou com passos longos, rápidos e graciosos apropriados para uma pista de decolagem. Fiquei olhando, surpresa com seus passos de dança, até que ela largou a bandeja no lixo e seguiu para a porta dos fundos, mais rápido do que eu teria pensado ser possível. Meus olhos dispararam de volta aos outros, que ficaram sentados, impassíveis.
— Quem são eles? — perguntei à garota da minha turma de espanhol, cujo nome eu esquecera.
Enquanto ela olhava para ver do que eu estava falando — embora já soubesse, provavelmente, pelo meu tom de voz —, de repente ele olhou para ela, o mais magro, o rapaz juvenil, o mais novo, talvez. Ele olhou para minha vizinha só por uma fração de segundo, e depois seus olhos escuros fulguraram para mim.
Ele desviou os olhos rapidamente, mais rápido do que eu, embora, em um jorro de constrangimento, eu tenha baixado o olhar de imediato. Naquele breve olhar, seu rosto não transmitiu nenhum interesse — era como se ela tivesse chamado o nome dele, e ele a olhasse numa reação involuntária, já tendo decidido não responder.
Minha vizinha riu sem graça, olhando a mesa como eu.
— São Edward e Emmett Cullen, e Rosalie e Jasper Hale. A que saiu é Alice Cullen. Todos moram com o Dr. Cullen e a esposa. — Ela disse isso à meia-voz.
Olhei de lado para o rapaz bonito, que agora fitava a própria bandeja, desfazendo um pãozinho em pedaços com os dedos pálidos e longos. Sua boca se movia muito rapidamente, os lábios perfeitos mal se abrindo. Os outros três ainda pareciam distantes e, no entanto, eu sentia que ele estava falando em voz baixa com eles.
Nomes estranhos e incomuns, pensei. O tipo de nome que têm os avós. Mas talvez seja moda por aqui — nomes de cidades pequenas? Finalmente me lembrei de que minha vizinha se chamava Jessica, um nome perfeitamente comum. Havia duas meninas que se chamavam Jessica na minha turma de história, na minha cidade.
— Eles são… muito bonitos. — Lutei com a patente atenuação da verdade.
— É — concordou Jessica com outra risada. — Mas todos estão juntos… Emmett e Rosalie, e Jasper e Alice, quero dizer. E eles moram juntos. — Sua voz trazia toda a condenação e o choque da cidade pequena, pensei criticamente. Mas, para ser sincera, tenho que admitir que até em Phoenix isso provocaria fofocas.
— Quem são os Cullen? — perguntei. — Eles não parecem parentes…
— Ah, e não são. O Dr. Cullen é bem novo, tem uns vinte e tantos ou trinta e poucos anos. Todos foram adotados. Os Hale são mesmo irmãos, gêmeos… os louros… e são filhos adotivos.
— Parecem meio velhos para filhos adotivos.
— Agora são, Jasper e Rosalie têm 18 anos, mas estão com a Sra. Cullen desde que tinham 8 anos. Ela é tia deles ou coisa assim.
— Isso é bem legal… Eles cuidarem de todas essas crianças, quando eram tão pequenos e tudo isso.
— Acho que sim — admitiu Jessica com relutância, e tive a impressão de que por algum motivo ela não gostava do médico e da esposa. Com os olhares que ela atirava aos filhos adotivos, eu imaginava que o motivo era inveja. — Mas acho que a Sra. Cullen não pode ter filhos — acrescentou ela, como se isso diminuísse sua bondade.
Em toda essa conversa, meus olhos disparavam sem parar para a mesa onde se acomodava a estranha família. Eles continuavam a olhar para as paredes e não comiam.
— Eles sempre moraram em Forks? — perguntei. Certamente eu os teria percebido em um dos verões aqui.
— Não — disse ela numa voz que dava a entender que isso devia ser óbvio, até para uma recém-chegada como eu. — Só se mudaram há dois anos, vindos de algum lugar do Alasca.
Senti uma onda de pena, e também alívio. Pena porque, apesar de lindos, eles eram de fora, e claramente não eram aceitos. Alívio por eu não ser a única recém-chegada por aqui, e certamente não ser a mais interessante, por qualquer padrão.
Enquanto eu os examinava, o mais novo, um dos Cullen, virou-se e encontrou meu olhar, desta vez com uma expressão de evidente curiosidade. Quando desviei os olhos rapidamente, me pareceu que o olhar dele trazia uma espécie de expectativa frustrada.
— Quem é o garoto de cabelo ruivo? — perguntei. Eu o espiei pelo canto do olho e ele ainda estava me encarando, mas não aparvalhado como os outros alunos. Tinha uma expressão meio frustrada. Olhei para baixo novamente.
— É o Edward. Ele é lindo, é claro, mas não perca seu tempo. Ele não namora. Ao que parece, nenhuma das meninas daqui é bonita o bastante para ele. — Ela fungou, um caso claro de dor-de-cotovelo. Eu me perguntei quando é que ele a tinha rejeitado.
Mordi o lábio para esconder meu sorriso. Depois olhei para ele de novo. Seu rosto estava virado para o outro lado, mas achei que sua bochecha parecia erguida, como se ele também estivesse sorrindo.
Depois de mais alguns minutos, os quatro saíram da mesa juntos. Todos eram muito elegantes — até o grandalhão de cabelo castanho. Era perturbador de ver. O garoto chamado Edward não olhou novamente para mim...
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